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O poder dos antibióticos: de uma infecção debilitante a uma recuperação completa

14 November 2024

Tori Kinamon era uma talentosa ginasta de 19 anos cursando a universidade nos EUA quando sentiu uma dor no músculo posterior da coxa esquerda. Para seu treinador, aparentava tratar-se apenas de uma distensão muscular, e uma radiografia não detectou nada anormal. O departamento de saúde estudantil sugeriu que ela fosse para casa e ficasse em repouso.

Mas Tori estava preocupada. Em poucos dias, a dor se tornou insuportável.

“A dor era tão intensa que eu não conseguia andar. Minha perna estava vermelha e inchada. Eu tinha suores noturnos, febre e minha pressão despencou.”

Então, Tori ligou para sua mãe. Preocupada, ela levou sua filha direto para o hospital. “Acho que ela sabia que algo estava errado”, diz Tori. Os médicos suspeitaram de uma celulite infecciosa e iniciaram um tratamento com antibióticos de amplo espectro. Após 24 horas, ela ainda não mostrava nenhum sinal de melhora.

Eventualmente, os exames de imagem mostraram a presença de um grande abscesso no músculo posterior da coxa.

“As bactérias estavam na minha corrente sanguínea e viajaram até o músculo posterior da coxa. Elas se instalaram lá e se multiplicaram rapidamente, até formarem um abscesso de 18 centímetros e causarem uma infecção associada no músculo. Era uma infecção muito grave e profunda, provavelmente porque não foi tratada mais cedo.”

A recuperação de Tori foi difícil. Ela passou um mês no hospital e precisou de várias cirurgias para drenar a ferida e eliminar a infecção por Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), causada por um tipo de bactéria estafilococo que se tornou resistente a muitos dos antibióticos usados para tratar infecções comuns desse tipo de bactéria.

Tori atribui sua recuperação ao papel fundamental de um antibiótico eficaz.

“Tive uma ótima recuperação porque havia um antibiótico alternativo no estoque para tratar minha infecção. Funcionou, e eu tive muita sorte. Isso me convenceu de que precisamos dedicar muita energia, inteligência e recursos ao desenvolvimento de antibióticos, especialmente diante da ameaça crescente da resistência aos antimicrobianos (RAM).”

“Não podemos mais olhar para os antibióticos como um direito garantido. É um problema que afeta a comunidade, o país e o mundo, e todos precisamos nos preocupar, porque nossas vidas dependem disso. Certamente foi o meu caso.”

Tori também entendeu a importância de adaptar os tratamentos com antibióticos, considerando as condições de saúde e a situação de cada paciente.

“É fundamental ter o antibiótico certo, no momento certo, para o paciente certo, porque cada pessoa reage de maneira diferente aos antibióticos.”

Essa experiência motivou Tori a fazer algo positivo.

“Enquanto ainda estava no hospital, prometi a mim mesma que não seria uma vítima dessa infecção. Antes de qualquer coisa, isso significava que eu me dedicaria à pesquisa para entender por que a MRSA ocorre e como preveni-la. Decidi também que cursaria medicina.”

“Isso aumentou meu interesse por doenças infecciosas e a resistência aos antimicrobianos e me permitiu dar sentido ao meu sofrimento. Além disso, jurei que voltaria a praticar ginástica na universidade.”

Após ficar impossibilitada de andar, Tori passou a trabalhar com um fisioterapeuta para recuperar a força muscular. Aos poucos, ela foi se fortalecendo e, em seis meses, retornou às atividades de ginástica na universidade… uma grande conquista.

Agora uma médica qualificada, uma das paixões de Tori é conscientizar sobre MRSA.

“As infecções por MRSA estão se tornando mais prevalentes. Como atleta, você compartilha superfícies, sofre com cortes e arranhões. Essas infecções podem acometer qualquer pessoa. Existe muita culpabilização. As pessoas dizem: ‘Se você é limpo e toma banho depois do treino, não vai pegar isso’. Mas eu era extremamente higiênica, e aconteceu comigo.”

Tori acredita que é fundamental reduzir o estigma em torno das infecções bacterianas e aumentar a conscientização e a educação entre profissionais de saúde e pacientes.

Ela desenvolveu um currículo para educar outros atletas universitários sobre os sinais de alerta de uma infecção por MRSA.

“É importante saber que, se você tiver uma dor desproporcional à lesão, um membro ou uma articulação avermelhada e inchada e não se sentir bem, confie em si mesmo, escute seu corpo e procure atendimento”, sugere ela.

“Já estive em todos os lados da questão da RAM – como paciente, estudante, pesquisadora e cientista. No fim das contas, todos nós estamos vulneráveis à resistência aos antimicrobianos. Ela afeta a todos nós.”

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